segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O que é um Anti-Restaurant?

Um “underground restaurant”, também conhecido por “supper club” (ou “clube de jantar”), é um estabelecimento dedicado à comida que opera num ambiente privado (por regra), à margem de licenças e normas de segurança e saúde aplicáveis aos restaurantes tradicionais. Tratam-se, no fundo, de “dinner parties” pagas. A divulgação dos jantares é feita de boca em boca ou através do chamado “guerilla advertising”, muitas vezes com o auxílio do Facebook e outras redes sociais. Nalguns casos, são pedidas referências específicas às pessoas no momento da reserva. Nos Estados Unidos e Inglaterra, os “underground restaurants” são também conhecidos por “guestaurants”, um híbrido entre guest (convidado) e restaurant (restaurante). Recentemente, os “underground restaurants” têm sido apelidados de “anti-restaurants”, dada a sua natureza clandestina, sendo geralmente desenvolvidos por “foodies”, ou amantes de comida. O movimento começou a popularizar-se na América Latina, onde é conhecido por paladar ou restaurante de puertas cerradas. Dependendo das leis locais, o “anti-restaurant” pode ou não ser um estabelecimento legal, facto que não interfere de forma directa na qualidade do serviço e da comida, que muitas vezes chega mesmo a ultrapassar o nível dos restaurantes tradicionais. O cliente é atraído pela experimentação de novas abordagens à comida num ambiente mais íntimo e relacional, muitas vezes a baixo custo: uma alternativa à experiência tradicional dos restaurantes legalizados, que é quase sempre cara e, frequentemente, desapontante. Para o anfitrião, a vantagem reside, essencialmente, na capacidade de fazer algum dinheiro através da criação de um projecto gastronómico que não necessita de investimento na construção de um espaço próprio. Nalguns casos, são exigidas certas regras de etiqueta ou “dress codes” específicos para cada jantar. "It's literally like playing restaurant. You can create the event, and then it's over", diz um anti-restauranteur em entrevista ao San Francisco Chronicle. Depois dos Estados Unidos, os “anti-restaurants” começaram a proliferar um pouco por todo o Mundo, com especial incidência no Reino Unido, com inúmeros artigos sobre o assunto publicados em jornais como o The Times e o The Guardian. O Facebook, o Myspace e os blogs são os suportes privilegiados de divulgação. O movimento tem crescido de uma forma de tal modo rápida, que já existem redes sociais exclusivamente dedicadas ao “underground dining”, como o Supperclub Fan Group (www.supperclubfangroup.ning.com), assim como listagens de eventos a acontecer um pouco por todo o Mundo (www.saltshaker.net/underground-dining-scene).

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